RESENHA: O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

19 de maio de 2015
  Como uma criança de nove anos poderia imaginar um mundo de guerras? Seu país disseminando ideias nazistas próximas a realizar um dos maiores genocídios da historia, o Holocausto.  Como uma criança poderia imaginar um mundo dividido entre lutas, poderes e desigualdade? Guerras entre nações, fome, tristeza e dinheiro. Como uma criança poderia imaginar sua família envolvida nessas situações? Bruno não imaginava!


  Era um pequeno alemão com uma rotina soberana. Uma boa casa, uma família amorosa e muitos amigos até que um dia foi obrigado mudar-se de Berlim para uma região desolada por conta do serviço de seu pai, um comandante nazista.
   Chegando lá, não bastava o impacto da mudança, Bruno tinha muitas perguntas e poucos amigos a não ser a janela de seu quarto que avista uma cerca com centenas de pijamas listrados. Em uma de suas andanças em busca de aventura naquele lugar isolado ele conhece Shumel, um garoto de nove anos com a mesma data de nascimento que pertencia ao outro lado da cerca, Shummel um menino judeu que estava condenado a pagar pelas indiferenças do mundo.
   Graças à inocência e ao amor nasce uma grande amizade entre o judeu Shummel e o alemão Bruno, uma amizade desafiadora divida por uma cerca de arame farpado até que um dia o encontro acontece, mudando definitivamente a vida de duas crianças.
  Em tempos de guerra, divisão, desigualdade, sofrimento e muitas perdas O Menino do Pijama Listrado relata a nobreza da amizade contrapondo todas as ideologias momentâneas de 1945, apostando em um ser humano bom através dos seus princípios básicos: a inocência e amizade.


"Um livro maravilhoso."- The Guardian
"Intenso e perturbador [...] pode-se tornar uma introdução tão memorável ao tema como O diário de Anne Frank foi em sua época."- USA Today 
"Um livro tão simples e tão bem escrito que beira a perfeição."- The Irish Independent

Minha Opinião

 Eu amo esse livro! Primeiramente porque eu amo historia, segundo porque eu amo crianças e terceiro porque o livro ou o filme são maravilhosos. Emocionante, encantador e transgressor o livro é tocante, o filme é tocante, não é apenas á narrativa de um fato histórico é o repasse de sentimentos através da nossa construção. O ser criança, o nosso mundo e os sentimentos  são elementos que fazem a obra viva, capaz de se comunicar com o leitor.

50 anos de Mafalda

22 de março de 2015


Faz cinquenta anos e a historia continua viva...
 A menina curiosa, polêmica e faladeira ilustrada nos desenhos de Joaquin Lavado, conhecido como Quico, tem sua ideologia viva até os dias atuais. Desafiando um regime ditatorial e opiando sobre globalização, repressão, paz, meio ambiente e claro a sopa Malfada desafiou o sistema de seu país e lutou com a população por uma condição de vida melhor.  
“Tudo serve para alguma coisa, mas nada serve para tudo!”. Ela surgiu no contexto histórico após duas guerras mundiais e a e a bipolaridade da guerra fria, a personagem é símbolo de expressão sobre um mundo globalizado, sistemas políticos e comportamentos.
 Com muito humor e ironia foi criada em 1964 e apesar de ser símbolo ideológico, Mafalda era um proposito publicitário de marcas de eletrodomésticos e estampou por nove anos as capas de jornais até 1973 quando Quino decidiu encerrar as publicações que continuou inspirando muitas gerações.


Cinquentona

E amenina de cabelo preto e vestido vermelho que agraciou o mundo, já é cinquentona e cada vez jovem dentro de uma população moderna que ainda sofre com os mesmos problemas.


Assimilação de Mafalda com o mundo atual é gritante e cada vez mais profunda, mesmo não lutando conta um governo ditatorial, enfrentamos um sistema ácido e linear onde viver a sua frase, “Justo a mim coube ser eu!“ é cada vez mais difícil, e os versos de sua fala irônica e sutil ecoam os pensamentos de  gerações.




Um pouco do meu Brasil

24 de janeiro de 2015



  Sem dúvidas uma das obras mais completas e ricas sobre o nosso país eternizaram-se nas escritas de Jorge Amado. Baiano e persistente, sua obra modificou estereótipos e tratou dos assuntos sociais de maneira leve e engraçada. Em um momento de mudança social com a eclosão Primeira Guerra Mundial, sistemas totalitários e opressores, surge no Brasil em 1922 o conceito de Arte Moderna que contou com grandes personalidades artísticas fomentando o sistema de informação e preocupando o governo.
  Com o abandono das regras, a literatura que além de retratar o mundo imaginário e pessoal passa a relatar os problemas sociais. O romancista Jorge Amado abandonou as características europeias e nacionalizou seus livros, centralizando a cultura brasileira e seus costumes em sua arte, sua escrita aproximou-se da sociedade.

ESTADO DA BAHIA,17/12/1937
 A mulher mocinha, sedutora, reprimida, violentada e misteriosa, as crianças abandonadas, as profissões discriminadas, o governo cruel, os segredos religiosos, traição, liberdade de expressão e desigualdade foram retratadas pelas ruas de Salvador, Ilhéus, Alagoinhas e outros cantos da Bahia.

 O impacto de suas obras fez com que o autor colecionasse quem lhe virasse o nariz e tivesse um grande empecilho o governo de Getúlio Vargas que o impôs á ele e á muitos, o restrito a liberdade de expressão e o exílio. Em 1933 o governo ateou fogo em obras de alguns escritores, entre eles, às de Jorge Amado, o livro Capitães da Areia foi o mais afetado tendo 808 exemplares queimados, mas é contabilizado que foram 1.640 livros de sua coletânea.




  Sua arte atrevida e nacionalista, rica em detalhes e extremamente humana diferenciou-se das demais, Jorge Amado publicou 45 sucessos nacionais e internacionais, seus livros levaram a cultura brasileira por mais de 50 países.

Livros traduzidos em outros idiomas.

“A palavra é sempre perseguida por aqueles que desejam impedir que ela seja arma do homem na sua luta por uma vida melhor, de paz, fartura e alegria." - Para a Tempo Magazine, Portugal em 1979.

RESENHA: O LIVREIRO DE CABUL

9 de janeiro de 2015

Nasceu em 1970, é Jornalista norueguesa e 
Correspondente Internacional.


Sucesso em todo o mundo, a obra "O livreiro de Cabulfoi publicada em 2006 pela jornalista norueguesa Asne Seierstad que passou três meses no Afeganistão após a queda do regime Talibã. Em seu registro temos uma  fascinante viagem ao Oriente Médio.
 O livro diferencia-se dos relatos mais comuns sobre a região, reunidos em 20 capítulos a obra tem como personagem principal a família Khan, contando os aspectos familiares, hierárquicos, festas, colocação da mulher e influencia religiosa.


Opinião da critica: "Ficará como um melhores livros de reportagem sobre a vida afegã depois da queda do Talibã- Publishers Weekey

Saiba mais sobre o Livro


320 PÁGINAS, EDITORA RECORD, ANO 2006.
  Com muita sutileza Asne utiliza das caraterísticas pessoais de cada personagem para focar na influência cultural e religiosa do país. Ela relata cuidadosamente o líder Sulta Khan mesmo sendo um homem letrado, mente aberta para os negócios, ele assume a posição de rígida de chefe de família que vive em poligamia e enfrentou grandes problemas para instalar uma livraria em seu país, a autora utiliza deste gancho para explorar os regimes políticos enfrentados na região, o sistema educacional e a vida familiar afegã.


 Já com a personagem Leila, irmã de Sultan Kahn, uma jovem de 19 anos ela foca nos aspectos femininos e o futuro de uma jovem afegã e seus obstáculos como; a luta por uma educação digna, preceitos familiares e regras sociais.

  Esta temática está presente em  muitos personagens que foram citados ao longo da trama permitindo uma transição entre o universo feminino e masculino em uma sociedade islâmica fundamentalista. A realidade familiar e as informações sobre o país são amplamente contextualizadas fazendo uma ponte do ser humano  e a influência  do meio na qual ele é inserido.

   De maneira organizada e texto leve, a obra é recheada de aspectos culturais fazendo alusão dos acontecimentos históricos com ao  momento atual, um tipico aspecto jornalistico sem perder o enredo romântico. O olhar de uma estrangeira sobre a cultura ocidental permite ao livro ricos  detalhes e um  presente humanitarismo sem cair no esteriótipo midiático.